Rui Júnior

Músico

JÚNIOR, Rui (n. Vila Nova de Gaia, 23 Abr. 1956).

 

Percussionista, compositor e coreógrafo. Desde criança começou a interessar-se por música, tocando *caixa a partir dos 6 anos e mais tarde bongós, congas, tabla entre outros instrumentos de percussão.

 

Emigrou com os pais para a Alemanha aos 6 anos, regressando a Portugal 5 anos mais tarde. Aos 19 anos foi para Marrocos, França e depois  Bélgica onde estudou percussão a nível particular com Mustapha El Iraki e Lou MacConnell (1980 - 1981). Após o seu regresso a Portugal em 1982, foi professor na Escola de Jazz no Porto entre 1986 e 1987, tendo integrado diversos projectos de *jazz, *música popular portuguesa e recriação da *música tradicional portuguesa, com especial destaque para a sua colaboração em fonogramas de Júlio *Pereira, *Fausto, José *Afonso, José Mário *Branco, Sérgio *Godinho, Janita *Salomé, *Vitorino, Rão *Kyao, Jorge *Palma, António Pinho *Vargas, Amélia *Muge, João Afonso e Carlos *Barretto, e.o. Foi fundador e líder do grupo de percussões O ó que som tem?, tendo editado fonogramas com base em instrumentos de percussão (1983, 1996 e 1998). Compôs a música do bailado See Under X, (Ballet Gulbenkian,1997) e foram utilizados excertos dos seus fonogramas no bailado Canto Luso (Companhia Nacional de Bailado, Festival dos 100 dias - Expo'98).

 

Em 1996 criou o projecto Tocá Rufar, destinado a promover o *bombo e a *caixa junto de crianças e jovens. Foi director artístico de eventos que mobilizaram um número elevado de músicos: (O dia do Meio da Expo'98 - A Festa dos Tambores, evento que envolveu c. 800 intervenientes; um espectáculo (Dia do Bombo) no âmbito da Expo'98 com 300 alunos de escolas básicas e secundárias da área de Lisboa; o Dia de Portugal na Expo 2000 de Hannover com  21 agrupamentos musicais).  Desde 1997 dirige e orienta acções de formação e instituições que visam o ensino e a divulgação de instrumentos de percussão (Oficinas de percussão Tocá Rufar, Centro de Artes e Ideias Sonoras, Escola de Música Tocá Rufar, Associação dos Amigos do Tocá Rufar e Companhia Wok - Ritmo Avassalador). Nas suas composições, utiliza padrões rítmicos característicos de géneros coreográficos portugueses (p.ex.: *chula, *malhão, *vira, e.o.) e de outras culturas musicais (sobretudo do norte África), como ostinato e/ou como ponto de partida para a improvisação, acrescentando-lhes variações e misturando-os ou sobrepondo-os com padrões rítmicos e melodias de várias tradições musicais, efeitos sonoros, sons da natureza, etc.

 

Compositor e percussionista ecléctico, contribuiu para a revivificação do bombo e da caixa de tradição portuguesa (instrumentos para os quais criou linguagens e funções novas) e para a valorização e autonomização da percussão.