Bombo a património

Património

A consciência do passado é essencial aos indivíduos.

Tomando consciência das continuidades, descobrindo um sentido ao presente, podemos ter esperança no futuro.

Carlos Gravito, Os Bombos de Lavacolhos - Aspectos Rituais



 

Patrimonialização da Construção e Práticas Tradicionais Coletivas dos Bombos em Portugal 
 

 


Este projeto é desenvolvido pela Associação dos Amigos de Tocá Rufar em colaboração com INET-md Instituto de Etnomusicologia – Centro de Estudos em Música e Dança da FCSH – Universidade NOVA de Lisboa e do (INET-md) Departamento de Comunicação e Arte da Universidade de Aveiro, das Câmaras Municipais do Seixal, Amarante, Fundão e Viana do Castelo e da Junta de Freguesia de Lavacolhos (Fundão), entre outras entidades. 

 

No Norte de Portugal bate um coração com pancadas regulares, fortes e solenes. São batidas que marcam os momentos importantes das comunidades: o São Gonçalo de Vila Nova de Gaia, o Senhor da Saúde de Lavacolhos, o Carvalhal de Souto da Casa, o Despique de Amarante, a Santa Luzia de Castelejo, a Nossa Senhora da Agonia de Viana do Castelo, o São João de Braga. A festa é um momento catártico da comunidade e nesta altura os tocadores são intérpretes experimentados duma tradição antiga, onde o bombo é o talismã e o encanto que a comunidade precisa para cada ritual de renovação.

 


As festas, em Portugal, batem ao ritmo dos bombos.
 

As comunidades reconhecem a Prática dos Bombos como algo fundamental em qualquer momento festivo, assim como uma forma de expressão que reflete os valores e as maneiras de ser e de estar. A construção dos instrumentos é local e artesanal, oficinas especializadas tratam das peles e da construção dos instrumentos e os próprios tocadores tratam dos pormenores fundamentais à execução, como o aperto das cordas ou a troca das peles. A vitalidade da prática é assegurada pelos numerosos tocadores, hoje em dia homens e mulheres, os quais perpetuam a tradição através de formas de tocar, transmitidas de geração em geração. Formas essas que possuem um amplo leque de significados para os tocadores e para as comunidades.

 

Apresente candidatura tem como objetivo juntar todos os representantes dos grupos de bombos, todos os professores e investigadores e todos os autarcas que durante estes anos tocaram, construíram, gravaram, estudaram, apoiaram e de alguma forma participaram nos trabalhos de investigação e redação da Candidatura da Construção e Práticas Tradicionais Coletivas dos Bombos em Portugal às Listas representativas do Património Cultural Imaterial. Esta Candidatura é de todos e todas, o bombo é de todos e todas.

 

O Projeto de Patrimonialização da Construção e Práticas Tradicionais Coletivas dos Bombos em Portugal tem as suas raízes no I Congresso do Bombo, realizado na Aula Magna da Reitoria da Universidade de Lisboa, em 2015, onde foi levantada a necessidade de aprofundar o estudo da Prática dos Bombos em Portugal e de catalogar os grupos existentes, sendo estes um grande património reconhecido pelas comunidades, mas também pelos grupos e orquestras de percussão espalhados por todo o país. Foi assim que, em 2016, o Tocá Rufar deu início aos trabalhos de levantamento, pesquisa e caracterização da Prática dos Bombos em Portugal, para aprofundar as características da prática nas diferentes áreas do País.

 

O Projeto de Patrimonialização aqui apresentado, visa a inscrição da Prática na Matriz do Património Cultural e Imaterial (PCI), embora isso seja meramente o começo: de fato, o objetivo final é o da inscrição nas Listas Representativas do Património Cultural Imaterial da Humanidade da UNESCO (Convenção para a Salvaguarda do Património Imaterial. Paris 17 de Outubro de 2003).

 

No âmbito dos trabalhos para a redação da candidatura nasceu o projeto Bombos de Portugal, que envolve a pesquisa e o contato com os tocadores tradicionais de bombo, com a finalidade de caracterizar os diferentes aspectos que a Prática adquire nas distintas áreas geográficas do Norte do País. Embora os confins geográficos e políticos por vezes não reflitam os confins culturais, é possível distinguir algumas áreas nas quais a Prática dos Bombos existe com características homogéneas (mapa de 1936): o Minho e o Douro Litoral, Trás-os-Montes e Alto Douro, Beira Alta, Beira Baixa. Todavia, como esta Prática ultrapassa os confins das áreas representativas supra-citadas em particular, após o nascimento do Tocá Rufar, em 1996, a área da pesquisa é de facto estendida para todo o território de Portugal Continental e Regiões Autónomas.
 

A primeira fase dos trabalhos realizou-se no Concelho do Fundão (2016 e 2017). Durante os trabalhos de pesquisa no Concelho do Fundão foram realizadas gravações de atuações dos grupos de bombos do Concelho, com particular destaque para a “Romaria de Santa Luzia”, em Castelejo (2016 e 2017), “Os Chocalhos” – Festival dos Caminhos de Transumância (2016) e as Festividades de “Santo Amaro e do Divino Espírito” em Lavacolhos (Janeiro e Maio de 2018). Foi ampliado o grande arquivo já existente com entrevistas de todos os Grupos de Bombos do Concelho atualmente em atividade, assim como com os construtores de bombos, caixas e pífaros: o “Américo” de Lavacolhos, o “Tó Nunes” de Alcongosta, o “Ti ́ Paulo” de Silvares e o falecido “Tio Joaquim” de Souto da Casa.

 

No seguimento desta experiência foram produzidos o documentário “A Moda do Bombo - Uma investigação sobre a tradição dos bombos no Concelho do Fundão” (Produzioni Clandestine, Tocá Rufar - 2016) e a tese “La Pratica del Bombo nel Concelho do Fundão (Beira Baixa, Portogallo)” defendida na Alma Mater – Universitá di Bologna em Março de 2018, por Giulia Maggiora.




No verão de 2017 foi a vez de Amarante onde foram realizadas diversas entrevistas aos dtentores da tradição dos “Zés P’reiras” amarantinos, ao construtor Alcino Silva e à família “César” da “Fábrica de Artesanato César”, fundada em Ermezinde, em 1943, por César dos Santos. Durante a estadia em Amarante acompanhamos as festividade de Julho, com particular enfoque no Despique de Bombos, momento catártico para os tocadores que dura a noite toda. Nesta altura foi realizado o documentário “Pôr a Caixa a Cantar – Uma investigação sobre a tradição do Bombo nos Concelhos de Amarante, Baião e Marco de Canaveses” (Produzioni Clandestine, Tocá Rufar - 2017).
 


No âmbito dos trabalhos do projecto Os Bombos de Portugal, surgiu o projeto BOM PORTO – Construção e Práticas Tradicionais Colectivas dos Bombos em Portugal, focado nos trabalhos de levantamento e caracterização dos grupos de bombos nas regiões da Beira Interior, Entre Douro e Minho e com vista à inscrição da Prática dos Bombos na Matriz do Património Cultural Imaterial (PCI), prevista para o IV Congresso do Bombo, em Novembro de 2018. Já em Janeiro de 2018, foi realizada uma reportagem áudio-visual sobre o Grupo de Bombos da Associação Recreativa “Os Mareantes do Rio Douro”, durante os festejos de São Gonçalo em Vila Nova de Gaia (Widescreen, Tocá Rufar).
 

Uma parte do projecto foi também realizada no verão de 2018 em Viana do Castelo e teve como finalidade a caracterização dos grupos de bombos ou Zés Pereiras que surgem neste distrito e que se envolvem nas atuações e nos cortejos com cabeçudos, gigantones e gaitas-de-foles ou outros instrumentos melódicos que vieram substituí-las. Tais grupos têm como festividades de referência a Festa de São João de Braga e um conjunto de festividades e romarias em Viana do Castelo, destacando-se as Romarias da Santa Marta do Portuzelo, da Nossa Senhora da Agonia e a Festa de São Bartolomeu. Foram ainda realizadas entrevistas com os membros dos grupos de bombos e Zés Pereiras dos concelhos de Viana do Castelo e de Braga e a gravação e captação de imagens das atuações no conjunto das festividades principais, as quais foram acrescidas ao arquivo já existente sobre a prática dos bombos em Portugal. Desta forma, foram gravadas as atuações dos “Zés P’reiras” durante a Festa de Santa Marta de Portuzelo, na Romaria da Nossa Senhora da Agonia em Viana do Castelo e as Festas de São Bartolomeu em Ponte da Barca (2016 e 2018).

 

 

CONSTRUÇÃO E PRÁTICAS TRADICIONAIS COLETIVAS DO BOMBO EM PORTUGAL

 

Em Janeiro de 2016 e na sequência da realização do I Congresso do Bombo (2015), o Tocá Rufar deu início à preparação da Candidatura para a Patrimonialização da Construção e Praticas Tradicionais Coletivas dos Bombos em Portugal e à Lista Representativa do Património Cultural Imaterial da Humanidade (UNESCO - Convenção para a Salvaguarda do Património Cultural Imaterial - CONVENÇÃO 2003).

 

Estes Congressos do Bombo pretendem promover e valorizar as artes populares, a percussão tradicional, e o “bombo” enquanto instrumento icónico e de referência na identidade cultural do nosso país.



FUNDAMENTAÇÃO

Critérios genéricos de apreciação

A importância dos Bombos vai além da sua vertente cultural, integrando uma componente social muito forte que se manifestou ao longo de séculos de história e através da sua capacidade de transmissão geracional, que une cidadãos das mais diversas faixas etárias, tornando-o um veículo dinamizador de muitas comunidades.

É um contributo importante para a coesão social na medida em que cada vez mais se vê as mulheres envolvidas nesta prática; são excelentes formas de convívio; promovem a cooperação entre praticantes, grupos e a comunidade me geral; e constatamos uma diversidade cultural e criatividade que nos permite prever a sua vitalidade e renovação. 




Domínio: Tradições e expressões orais;


Categoria: Manifestações musicais e correlacionadas;


Denominação: Construção e Práticas Tradicionais Coletivas do Bombo em Portugal;


Outras Denominações: Prática dos bombos, Prática dos Zés P’reiras;


Contexto tipológico: No presente, em Portugal, a palavra bombos remete para três aceções principais:


1 - Instrumento musical com uma organologia própria

2 - Grupo de instrumentos específicos

3 - Prática performativa




Os bombos e as caixas são instrumentos tocados em conjunto que estão no centro de diversas práticas tradicionais, coletivas, designadas por “bombos”, “música de bombos”, “toque de bombos”, “grupo de bombos” ou “Zés Pereiras” ou “grupo de Zés Pereiras”, em várias regiões de Portugal. Essas práticas, por seu turno, têm lugar em momentos específicos de festas religiosas, festas cívicas, arraiais, romarias, festividades locais, encontros, eventos desportivos, entre outros. Os dois instrumentos musicais de percussão que estão no centro destas práticas (os bombos e as caixas), tocados com baquetas, são bi-membranofones cilíndricos, de diâmetro maior do que a altura.

No caso dos bombos - substancialmente maiores do que as caixas - são tocados com baquetas próprias designadas por maças ou maçanetas. São tocados em pé, eventualmente em andamento, com os instrumentos suspensos do corpo dos tocadores, através de atilhos específicos. Estes instrumentos foram descritos detalhadamente por Ernesto Veiga de Oliveira, tal como os encontrou na década de 1960 no âmbito do importante estudo que publicou sobre os instrumentos musicais populares portugueses. No presente em Portugal continental, nos arquipélagos da Madeira e Açores e em comunidades de emigrantes portugueses pelo mundo estima-se que existam em atividade mais de duzentos grupos de bombos.

Os grupos que congregam estes instrumentos são maioritariamente masculinos, embora seja possível constatar, desde a década de 1990, que as mulheres têm conquistado espaço neste universo, com um destaque especial para a região de Amarante, onde existem grupos exclusivamente femininos.



Os grupos de bombos podem incluir também, para além dos instrumentos de percussão, outros instrumentos melódicos ou harmónicos, sobretudo aerofones, como por exemplo a flauta pastoril, a gaita de foles, a concertina e o acordeão. Em algumas regiões do país podem ser acompanhados por “gigantones” e “cabeçudos”, que são bonecos-máscara envergados por pessoas, que imitam a figura humana em dimensões exageradas. Os repertórios dos grupos de bombos tradicionais baseiam-se em “toques” específicos - por vezes exclusivos - associados pelos seus executantes a tradições locais antigas, que conheceram por transmissão dentro do grupo e cuja forma está fixada na prática. Outros grupos, eventualmente de formação mais recente - por vezes chamados de Orquestras de Percussão - também podem incluir um terceiro tipo de tambor bi-membranofone, chamado timbalão, mais alto do que largo e podendo ser tocado na horizontal. Os repertórios destes tipos de grupos podem ser “compostos” ou “arranjados” originalmente e não correspondem aos repertórios tradicionais de toques.

Os grupos de bombos têm uma distribuição que abrange todo o país, contudo, muitos deles, de formação recente (desde a década de 1990), usam também “toques” e coreografias compostas, genericamente ausentes nos grupos de formação mais antiga, que se baseiam apenas nos chamados “toques tradicionais”. Esta designação é usada pelos tocadores no contexto dos grupos.

Em diversos grupos de bombos existem artesãos construtores que através de um saber transmitido ao longo de gerações fabricam os instrumentos usados pelos seus grupos. Este conhecimento, que abrange os materiais naturais, a sua preparação e as técnicas usadas para construir os bombos, no passado, podia ser determinante para que o grupo existisse. No presente, em Portugal, contudo, existem fabricantes que disponibilizam bombos e caixas em número suficiente para equipar as mais de duas centenas de grupos ativos.
 



 

Entidades

Comunidade – Tocadores e Construtores de Bombos;


Especificações

Genericamente, os elementos que compõem os grupos de bombos são os elementos da comunidade local e/ou elementos da mesma família que se unem para tocar. Muitos dos grupos fazem parte de associações e ou coletividades.


Contexto Territorial

Classificação geográfica: Portugal


Contexto Temporal

Periodicidade: Decorrem ao longo de todo o ano com predominância ao longo do verão e festas religiosas e nas festas cívicas.



As Práticas Tradicionais Coletivas do Bombo em Portugal são desenvolvidas por grupos formalmente organizados, designados por “grupos de bombos” (que podem ou não estar configurados juridicamente como associações ou coletividades locais) constituídos maioritariamente por indivíduos do sexo masculino, adultos ou jovens adultos, que mantêm entre si afinidades familiares, de vizinhança ou de pertença à mesma comunidade local. A construção artesanal de bombos e caixas, ainda que desenvolvida por indivíduos específicos, relaciona-se diretamente com a atividade de grupos de bombos. Os grupos de bombos tradicionais incluem um número variável de tocadores de bombos e de caixas (entre 3 e 40 de cada, numa proporção aproximadamente igual ou com ligeira maioria de bombos) podendo ainda incluir um ou mais instrumentos melódicos (flautas, acordeões, gaitas de foles, entre outros). Têm desigual distribuição no território, havendo três grandes áreas de implantação histórica. Por um lado no norte do país, nos concelhos do Alto e Baixo Minho dos distritos de Viana do Castelo (Viana do Castelo, Ponte de Lima, Ponte da Barca, Vila Nova de Cerveira, Paredes de Coura, Melgaço, Arcos de Valdevez e Caminha), de Braga (Braga, Cabeceiras de Basto, Celorico de Basto, Guimarães, Fafe, Vila Verde e Barcelos), no distrito do Porto nos concelhos de Amarante, Penafiel e Paredes (Baixo Tâmega), Baião e Marco de Canaveses (Douro), no distrito de Vila Real (Alto Douro), entre bastantes outros; em segundo lugar na região de Coimbra (Soure, Pombal, Condeixa, entre outros) e, finalmente, por outro lado na Beira Baixa, nos concelhos da Covilhã e do Fundão. Regista-se historicamente a presença de grupos tradicionais em manifestações geograficamente desligadas como, por exemplo, em Vila Nova de Gaia (Douro Litoral) e Trancoso (Beira Alta) e modernamente distribuídos por quase todo o território nacional.
 

Ernesto Veiga de Oliveira identificou, na década de 1960, tocadores e construtores em Bravães, Fermil de Basto, Passos (Cabeceira de Basto), Tecla (Celorico de Basto), Vila Mou e Vila Franca do Lima (Viana do Castelo), em Ribeira de Frades (Coimbra), Barreira (Condeixa), Gesteira (Soure), em S. Simão (Amarante), Carrazeda de Ansiães (Bragança), Constantim e Duas Igrejas (Miranda do Douro), Relva (Castro Daire) e também em Lavacolhos e na Póvoa de Atalaia (Fundão), Caseirinhos (Pombal) e várias aldeias da serra de Montemuro, além de Água Longa (Paredes de Coura). Armando Leça, antes disso, por seu turno, registou em especial construtores de tambores populares em Fermentões e Airão (Guimarães). No presente existem construtores ativos, documentados, nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Porto, Guarda, Coimbra e Castelo Branco. 
 



Os grupos de bombos têm a maior parte da sua atividade performativa durante a Primavera, no Verão e no princípio do Outono, no contexto de festas populares, religiosas e profanas, para onde se deslocam propositadamente, quando estas não ocorrem nas suas próprias localidades.

A exibição pública dos grupos de Bombos inclui o uso de fardamento próprio baseado em cores vivas, em correspondência com as cores dos instrumentos e também - no caso dos grupos do norte do país - acompanhados por “gigantones” e / ou “cabeçudos” . Os executantes tocam em pé e podem apresentar-se caminhando em formação linear ou parados, voltados uns para os outros, formando um círculo. Os grupos de bombos tocam os seus repertórios (ou “toques”) – que tem uma estrutura musical de natureza cíclica – acompanhando vários tipos de eventos, como, por exemplo, procissões, cortejos, desfiles ou desfilando sem outros acompanhamentos por ruas, praças ou outros espaços ao ar livre. Outro contexto muito importante de atuação são os “despiques” entre dois ou mais grupos, que acontecem durante as festas populares e colocam frente a frente os tocadores de mais do que um grupo.
 

O conhecimento prático da execução dos bombos e caixas - os ciclos rítmicos genericamente chamados “toques” - transmite-se e aprende-se por observação, imitação e experimentação, não existindo uma instrução formal complexa dos executantes. Não obstante o processo de aprendizagem implica a acumulação de experiência e o conhecimento dos contextos em que os grupos atuam.



Os grupos de bombos têm uma elevada inserção nas comunidades em que estão integrados, sendo reconhecidos e acarinhados publicamente pelas autoridades e indivíduos dessas mesmas comunidades. A importância identitária dos bombos nas regiões referidas tem forte valor simbólico, sendo a sua presença muito apreciada e valorizada tanto em pequenas festas locais, como em grandes romarias como, por exemplo, na Festa da Senhora da Agonia, em Viana do Castelo, nas Feiras Novas de Ponte do Lima, no Encontro de Gigantones e Cabeçudos por ocasião das festas de S. João, em Braga (Minho), mas também nas Festas de S. Gonçalo, quer em Gaia (Janeiro), quer em Amarante (Junho), na Festa do Corpo de Deus (Maio ou Junho) e na Feira de S. Martinho (Novembro), em Penafiel, na Festa dos Montes (Fevereiro) em Trancoso e nas Festas de Santa Luzia (Setembro), em Castelejo (Fundão) entre muitas outras especialmente nos distritos de Viana do Castelo, Braga, Vila Real, Guarda, Porto, Coimbra e Castelo Branco.